sábado, 2 de abril de 2011

O riso da queda ou a queda do riso?

Voltei! Voltei para ficar! Por que aqui é meu lugar!
Depois de longos meses, me estruturando, planejando, borbulhando de idéias, volto a escrever em “nosso” blog. Sinto falta de compartilhar idéias. Para isso, nós sabemos que este recurso virtual é maneiro! É um ambiente pessoal em que se tem a liberdade de expressão e sem compromisso com a formalidade. Aliás, formalidade e blog são situações antagônicas.
No entanto, mesmo considerando toda esta informalidade, você deve ser responsável pelo que publica. Em terra virtual ou na vida real, temos que ter cuidado com nossas palavras. Como se sabe as palavras tem forças. Elas geram situações negativas ou positivas, libertam-nos ou nos oprimem, fazem nos rir ou chorar, nos alegram ou nos entristecem, incentivam ou nos deixam sentir bolas murchas!
Bem, mas o que eu gostaria de comentar foi um fato que vivi hoje pela manhã. Vou descrever a cena que mais poderia configurar uma experiência das páginas de anotação de uma assistente social. Mas, vamos ao foco. Não nos percamos dele.
Andando por uma das travessas, próximas a minha casa, eu me sentia confortável dentro do meu carro, pela manhã, por vota das 7h30. Aliás, diga se de passagem (ou de paisagem ) , uma manhã, extremamente chuvosa. Põe chuva na cena! Era água em demasia! Não se definia a cor do céu. Cinza-claro, anunciando que vinha muita mais chuva!
Personagens para cena? Ah, sim. Vinham em uma bicicleta, do lado direito, um homem, duas crianças e uma mulher bem magrinha. Provavelmente, o pai, os filhos e a mãe. A bicicleta era o meio de transporte. Felizes, rindo não sei de quê, mas felizes. Certamente, configuram nas estatísticas dos desprovidos de condições econômicas, deste país, mas em paz com a humanidade, quite com os compromissos sociais, políticos e religiosos. Deitam e acordam descapitalizados. Mas é daí? A preocupação é garantir a comida do dia. Vivendo um dia de cada vez. E parafraseando, Chico Buarque em Construção:
“Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir.”
Olha o foco! Bem, iam o casal e os filhinhos na bicicleta. De repente. Estava passando lado a lado ao feliz casal, que serviam de exemplo a muitos pais e mães que se desentendem, brigam e até se matam neste país! Neste caso, a própria Lei 11.340 (Lei Maria da Penha) inibiria qualquer violência contra as mulheres.
Bem, mas o fato é que, nexte contexto, iam felizes, mas de repente, uma queda. A mulherzinha sorridente, raquítica, despencou da bicicleta e bumba, cai mãe, cai filhinhos, desestabiliza a bicicleta – o meio de transporte – e pernas, muitas pernas para o alto. Eram perninhas pequenas e pernas compridas e magras para o alto no meio da enxurrada.
Eu, pensei meu Deus, que desgraceira. Estanquei, sem pestanejar o carro. Fiquei estática com aquela cena. Por alguns momentos, pensei, devo socorrê-los. O que será destas crianças e mulher neste tombaço, no meio desta água suja? A cena foi hilárica, embora tivrsse tudo para ser dramática!
Todos sentados no chão, rindo, rindo, pipocando de rir. Um riso franco, aberto, escancarado! As crianças brincavam com as mãozinhas na água. A mulher, escapachada ao chão, cabelos cobrindo a testa e os olhos, somente as dentacas brancas à mostra. O pai, frente às gargalhadas, não poderia reagir de outra maneira. Certamente, já estava acostumado com o bom-humor da sua humilde família. Afinal, a máxima conhecida é rir e coçar é só começar!
Qual a lição do dia? Não precisa, muita coisa para ser feliz! Cômico? Sem-graça? Não sei. Penso que devemos, aproveitar todos os momentos para destilar felicidade. O importante é fazer estas coisas com as pessoas que amamos!
Beijos, a todos e até a próxima.