segunda-feira, 6 de setembro de 2010

NA BOA!

Em todas as circunstâncias da vida, parece que a surpresa nos acompanha. Sem querer polemizar, mas já buscando compreensão, o significado da palavra está ligado com o imprevisto, com tudo que não se espera, não se planeja, nem se prevê ou antevê. Este é o conceito de surpresa.
Mas o fato é que eu me surpreendi com a ornamentação de uma árvore, em uma calçada e o canteirinho com pedrinhas brancas. Pela visão, mostrava que o jardineiro foi primoroso no arranjo. Soube combinar bem a árvore frondosa com o pequeno espaço que enfeitava e, ao mesmo tempo, escondia suas raízes.
Bem, mas a premissa está na frase colocada em uma plaquinha branca e letras garrafais pretas que diziam assim: “Na boa, aqui não é banheiro do seu cachorrinho”! O que se pode imaginar do autor desta frase é que, quando usou “na boa”, já deixa claro que não quer arrumar encrenca, caso algum dono (ou dona) de um cachorrinho que ama sua liberdade de defecar, venha se aborrecer com o aviso.
Por outro lado, podemos achar que o mentor desta laboriosa frase pode já estar de “saco cheio” de limpar cocô de cachorrinho alheio. Ou pior, como era na calçada de um prédio residencial, o zelador deve ter pedido ajuda ou planejado este aviso, a fim de se livrar da desagradável tarefa, que não deve fazer parte do conjunto de atribuições de qualquer profissão, de acordo com as leis trabalhistas.
Bem, mas há alguma solução tabajara para o problema? Se há não sabemos, mas o fato que há muitas encrencas a este respeito. Uma senhora, cansada de atolar seu pé no cocô todo dia de manhã, resolveu colocar uma placa dizendo assim: “Cuidado com o cão, veneno no chão”. E para dar maior credibilidade em seu aviso, espalhou pó de café na entrada da sua casa. Resultado: ganhou inimizades, travou bate-bocas e recebeu até ameaça de que aquilo viraria caso de polícia.
Existem outras ações que se pode jurar que dão certo: jogar pimenta do reino, armar ratoeira para prender o pé do cachorrinho, colocar um saquinho preso em seu bumbum, levar uma sacolinha de plástico na mão, ou na forma mais simples, recolher a sujeirinha do cão, ainda bem fresquinha!
Aqui em Fortaleza, honestamente, não sei. Mas em São Paulo, há uma lei municipal que obriga o proprietário dos cãezinhos a pagar 10,00, caso não recolham os dejetos fecais do seu animalzinho. É a Lei 13.131, de 18.05.2001 do artigo 16.
Como há animaizinhos no mundo todo, fica uma questão: como é tratada esta ação de recolha de dejetos expelidos pelos cães e gatos em passeios públicos? Nestes países de primeiro mundo, impera o bom-senso dos usuários? Com certeza deve haver muito combinados entre os proprietários, considerando os cuidados, incluindo a responsabilidade pelo animal, a higiene, a vacinação, e, entre outros pontos, como a não exposição ao perigo, a atos violentos e evitar o ataque a alguém.
Bem, tudo isto é uma outra história, que na boa, contarei em outra circunstância!
Beijos,

Eleni Gentil Amaral

domingo, 29 de agosto de 2010

O QUE EU QUERO SER, QUANDO CRESCER!

Em uma destas leituras de artigos de revistas e jornais, deparei-me com uma frase que dizia assim: “AÇÃO SEM VISÃO É PASSATEMPO”, proferida por Joel Arthur Barker, um estudioso independente e futurista do nosso tempo.
Bem, mas o que ocorre é que fiquei com ela na minha cabeça remoendo por muitos dias e então, comecei a refletir. Todos nós temos em nosso dia-a-dia as ações das quais planejamos. Seja em nossa vida pessoal ou profissional, ao curto ou ao longo prazo, seja por meta de vida ou em sonho, mesmo que muito, muito distante da nossa realidade, fugindo até da possibilidade humana.
Não importa. Precisamos criar para nossas vidas um planejamento estratégico, com a finalidade de saber com clareza e objetividade, onde se quer estar daqui a três anos, cinco anos ou dez anos a partir de hoje. Quais serão nossas ações? Este plano deve estar divido em etapas, contendo uma análise situacional – ou seja – clareza ou domínio da sua realidade. Em seguida, definição de prioridades, elaboração de metas, e por último, acompanhamento sistemático das ações, checando avanços e ajustes, para se guiar rumo ao objetivo desejado.
Desta forma, estaremos aliando nossas ações a serviço de nossas visões, fazendo grande diferença, para atingirmos nossos planejamentos de vida. E ainda segundo BARKER, em que afirma “De fato, ter uma visão positiva do futuro, talvez seja o mais poderoso motivador que temos para mudança”.
E ainda nos contempla com uma grande história que penso ser adequada para refletirmos sobre nossas vidas, considerando a essência da frase do sábio escritor britânico: “A vida é muito curta para ser pequena” e que muito tem a ver com os propósitos do “Apanhador de Estrelas”.
Era um homem muito sábio seguia pela beira da praia, quando avistou a certa distância um vulto que lhe pareceu estar dançando. A idéia de alguém dançando na praia lhe pareceu interessante, e ele buscou aproximar-se. Verificou tratar-se de um jovem com uma atitude peculiar. O que lhe parecia um bailado, era na verdade um conjunto de movimentos que o rapaz fazia para se abaixar, pegar estrelas-do-mar e atirá-las de volta ao oceano. O sujeito achou a atitude curiosa e perguntou ao rapaz:
—O que fazes?
— Eu Jogo estrelas de volta ao mar... — foi sua resposta.
—Talvez devesse ter perguntado por que o fazes... — continuou o homem com um ar de deboche.
— É que o sol está a pino e a maré está baixando, se não as atirar elas morrerão ressecadas — retrucou.
—Mas que ingenuidade! Você não vê que há quilômetros e quilômetros de praias e nelas há milhares e milhares de estrelas! Sua atitude não fará diferença.
O jovem abaixou-se, pegou uma estrela e cuidadosamente a atirou de volta ao mar, seguindo o seu peculiar procedimento. Em seguida voltou-se para o homem e disse:
— Para essa aí fez diferença...
O homem ficou muito pensativo sobre o que ocorrera e naquela noite não conseguiu dormir pensando nas palavras do jovem. No dia seguinte levantou-se, vestiu suas roupas, foi até a praia e começou com o jovem a atirar estrelas no oceano.
Portanto, o que queremos para nossa existência? Seremos meros observadores vendo a banda passar, ou agiremos para fazermos a diferença?

Eleni Gentil Amaral

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Direito de Expressão

Hoje eu acordei com vontade de confessar ao mundo minhas infinitas culpas. Sinto-me, sim senhores, responsável por diversas contrariedades que brotam ao meu redor. Eu me sinto vulnerável, pois busco em mim as respostas ou soluções para diversas causas. Não as encontro. Então, o que fazer se não as compartilhar?
Passando pelos faróis da cidade, nos deparamos com tantos seres que nos assustam em um primeiro olhar. Não precisam nem fazer movimentos bruscos, não. Só suas presenças já são assustadoras. Mesmo entregando panfletos de propaganda, portando flanelinhas e garrafinhas de água ou, simplesmente, estendendo as mãos e pedindo moedinhas, nos amedrontam e já marcam presença na galeria dos seres marginalizados da sociedade.
Nosso olhar para eles já se tornam comum. Resigno-me a conferir se os vidros e as portas do carro estão travados. Afinal de contas, penso em minha segurança em primeiro lugar! Diante de tudo que se ouve ou se vê, eu não quero me configurar na literatura policial como mais uma vítima de assalto ou furto (ou será roubo?). Bem, procurando no dicionário Houaiss, é interessante que roubo não se configura furto, mas furto se configura roubo. Dá para entender? Não. Mais eu explico.
Se enquanto você dorme e um desconhecido entra em sua casa e leva seus objetos de valor, isto é considerado furto. No entanto, se no mesmo cenário, um ladino o força a entregar o determinado bem, ou qualquer objetos de valor sob ameaça de uma arma ou uma seringa contaminada, este ato é denominado de roubo. Pareceu mais claro, não é?
Agora, um comentário à parte: as bonequinhas de plantão que vão direito aos “closets” alheios e lhes extraem blusas, sapatos, cintos, colares, especialmente, aqueles que você ainda não usou. Isto é caracterizado, de FRML – Fácil Recurso para melhoria do Look. Pronto, os termos estão esclarecidos!
Bem, mais voltando para os transeuntes de rua, me lembro que certa vez, em uma das avenidas bem conhecidas de Fortaleza, quase chegando próximo a um destes faróis bem movimentados pela manhã, já comecei meu ritual de verificar portas e vidros travados. Quando estava quase próxima ao farol, repentinamente alguém esticou as mãos, de forma brusca e bem próxima ao vidro do carro e me ofereceu o jornal.
Quase estampou todo o jornal no vidro da frente, debruçando seu meio corpinho sobre o capô. Eu senti uma vertigem em conseqüência do medo de assalto e, ao mesmo tempo, eu fiquei muito surpresa. O rapazote que fazia este trabalho no farol era um ex-aluno. Nada demais. Estava trabalhando honestamente, eu compreendi. Mas me lembrei do seu abandono aos estudos, da nossa última conversa que o aconselhava a repensar sobre sua conduta indisciplinar e da sua forte disposição de abandonar os estudos.
Neste caso, me custa a constatar: o tempo foi senhor da razão. Qual será seu projeto de vida? Se o homem é dotado de livre arbítrio, ou seja, tem vontade livre de escolha ou de tomadas de decisão, então lhe cabe ponderar o bem do mal, o certo do errado. E é neste momento que a estrutura familiar faz a diferença.
Ultimamente, temos enfrentado muitas situações de famílias inteiras que estão perdendo espaços no acompanhamento e educação dos filhos. O papel da escola tem ficado meio a deriva, pois buscamos reforçar uma parceria, um enlace com a família e temos encontrado muitos lares solitários, abandonados, por pais que trabalham e deixam seus filhos as soltas, e outros casos mais graves de figuras paternas e maternas que são totalmente amaldiçoados pelos filhos, que desacreditam no relacionamento e no amor.
Bem, mais esta última condição humana revelada, dá pano pra manga. Talvez em outro momento, podemos tratar deste assunto, levantando as reais causas deste abandono e,maiormente, desta instalada desestrutura familiar. Quem sabe, junto com os leitores assíduos, podemos traçar um plano de ação, para melhoria desta medida? E aí, em um futuro muito próximo, podemos, até pensar em um trabalho voluntário e social para aquela comunidade da Grande Jurema. Então, vale à pena sonhar!
Lembrando Raul Seixas em sua composição Prelúdio, finalizamos este momento:
Sonho que se sonha só,
É só um sonho que se sonha só.
Mas sonho que se sonha junto é realidade!

Muito Obrigada!
Eleni Gentil Amaral

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Tributo à Letícia

Querida Letícia,
Existem muitas formas de parabenizar alguém. Existem muitas maneiras de mostrar a pessoa que se ama, quanto é seu amor por ela. Porém, inútil, ficar aqui disputando tamanho ou mensurando intensidade. Amor de mãe é único e verdadeiro.
A cada dia que passa, é certo que vamos ficando cada vez mais órfãos de nossos filhos. Agora o tempo deles já é dividido com tantas outras coisas. Há tantos afazeres. Há tantos compromissos, existem tantas pessoas ao seu redor que a distância entre mim e ti já se torna maior.
Mesmo o tempo nos consumindo, os diálogos tornando-se menos freqüentes. O amor não diminui. O amor que nos une é certo e verdadeiro. Em mim você encontrará dois braços para lhe afagar, dois olhos que te busca incansavelmente entre a multidão, uma atenção voltada para ti sempre.
L embranças de uma linda menina
E m que muita alegria nos deu
T raz o frescor de uma vida ...
I h, não gostei! Pode parar!
C omeçar, eu vou de novo!
I MPOSSÍVEL NÃO TE AMAR
A MO-TE, AMO-TE, AMO-TE MUITO


MAMÃE/ Set/2009

AO MESTRE

Este conjunto de versos foi criado para parabenizar o Professor em outubro de 2009. Fez parte do cartão que acompanhava a singela lembracinha.

A gradecer é admitir,
O teu verdadeiro valor!

M estre, tu és exemplo da tua lição;
E ngrandeces os caminhos da educação;
S abes ser reflexivo e agir com razão;
T eu trabalho faz a diferença.
R ecebas os cumprimentos sinceros
E m nome de toda equipe e da direção.

Um breve recado!

Nestes últimos dias, sem causa aparente eu me fiz uma pergunta: o que é conhecimento? Bem, conhecimento? Conhecimento é tudo o que se sabe. Será?
Para não errar, fui pesquisar e lá encontrei que conhecimento é a capacidade, adquirida por alguém, de interpretar e operar sobre um conjunto de Informações. Essa capacidade é criada a partir das relações que ele estabelece sobre o conjunto de Informações, e desse conjunto com outros conjuntos que já lhe são familiares (incluindo experiências, impressões, valores, crenças, etc.), que lhe permitem compreendê-lo e tirar conclusões sobre ele e a partir dele.
Nossa, acharam convincente, complicado, confuso, complexo?
Não sei, só sei que nada sei.
Mas há outro ponto importante a considerar: para dar tempero ao nosso conhecimento é preciso ter imaginação. Esta imaginação não nasce do nada. Ela explode, borbulha, aflora ou salta do nosso cérebro. É preciso dar vazão, é preciso carimbar seu bilhete, autorizando esta viagem imaginária. No estilo pegar carona nesta asa de cometa, neste balão mágico.
É meus queridos, a imaginação é mais importante que o conhecimento, como nos ensinou Albert Einstein, confirmando a pequena crônica, Os dois velhinhos, de Dalton Trevisan que diz assim:

Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo.

Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um podia olhar lá fora.

Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro, as moscas no fio de luz. Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro:

— Um cachorro ergue a perninha no poste.

Mais tarde:

— Uma menina de vestido branco pulando corda.

Ou ainda:

— Agora é um enterro de luxo.

Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela.

Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo.

Cochilou um instante — era dia. Sentou-se na cama, com dores espichou o pescoço: entre os muros em ruína, ali no beco, um monte de lixo.

(Texto extraído do livro "Mistérios de Curitiba", Editora Record — Rio de Janeiro, 1979, pág. 110.)

Qual a moral da história? Não tem moral. Ela pode ser até imoral!

O papel do coordenador pedagógico na escola

O telefone toca. Atende-se. Já tem alguém na porta da sala do Setor de Orientação, abanando a mão aflita, pois precisa falar. É urgente! A OPE sentada na ponta da cadeira, pronta para levantar, mas não consegue encerrar a conversa por telefone. São muitos questionamentos do pai no outro lado da linha, que reclama dos óculos quebrados na sala de aula e que é um objeto caro, e precisa saber quem vai pagar o prejuízo. O professor sentado diante da mesa, meio que sem ação, afinal a OPE estava dando-lhe um feedback da aula observada. De repente, entra a professora de Português, com o aluno indisciplinado, fala asperamente com ela, e irritada com o comportamento do aluno que pela décima vez não traz o livro, e não faz as atividades da sala, pedindo providências da OPE, sugerindo, diante mão, que chamasse os pais do aluno e que fosse suspenso das aulas por três dias.

Atribuições: intencionalidade planejada

Situação inusitada? Não. Lembro-me da canção de Raul Seixas: “Pare o mundo que eu quero descer”. Esta é a rotina fiel do trabalho deste profissional que busca equilíbrio em suas ações diárias. As tarefas são muitas. Organizar uma sequência de atividades, priorizar situações, definir ações, lidar com limites. O trabalho da OPE deve ser pautado na intencionalidade planejada e passivo de alguns imprevistos. Não se pretende, aqui, listar as inúmeras atribuições deste profissional, pois se pretende utilizar a oportunidade para refletir os avanços e aspectos que podem ser melhorados na função.

Uma das atribuições mais importante e, ao mesmo tempo, crucial no trabalho da OPE pertence ao aspecto da gestão curricular. Gerar relação recíproca entre professores e cooperações interdisciplinares e promover possibilidades do corpo docente construir, de forma autônoma, outras propostas que vão além do currículo definido.
Entende-se por reciprocidade e cooperação o trabalho interdisciplinar. É mister garantir entre os componentes curriculares um trabalho que resulte na formação do aluno como um todo. Não somente garantir que o aluno seja formado em Matemática ou, que seja um bom historiador. Aqui valeria com profundidade um estudo sobre a Teoria das Inteligências Múltiplas, em que Howard Gardner mostrou que todos os seres humanos possuem diferentes tipos de mente e que pais e professores podem tornar possível uma educação personalizada, destacando que na imensa diversidade que existe em cada um, deve se solidificar-se a certeza de que nenhum ser humano é perfeito em tudo, mas todos, absolutamente todos, possuem potencial de grandezas diversas, forças pessoais que devidamente reconhecidas coloca uma nova linha educacional a serviço integral do desenvolvimento humano e da extrema grandeza de singularidade de sua mente.

A base do trabalho do professor é o referencial curricular para planejamento de suas aulas. Este aspecto reflete o acompanhamento do processo ensino-aprendizagem. Observar a compreensão do professor, diante da proposta curricular da escola. Esta ação, bem estruturada, resulta no bom rendimento dos alunos no avanço do processo da aprendizagem.

Mediador da escola – atua para administrar diversos pontos de vista

O papel da OPE tem dupla atribuição. Possui duas frentes de atuação no cargo: pedagógico e educacional. O pedagógico garante o cumprimento do planejamento das aulas baseado na proposta curricular, suporte formativo dos professores, avaliações, projetos, feiras e mostras culturais, estudos do meio, planejamentos coletivos e individuais, recuperação paralela e coletiva entre outros. Já o educacional faz a ponte entre o professor, aluno e pais. Esta mediação deve ser feita e construída com base na confiabilidade, no respeito e na intenção de formar uma sólida parceria entre família e escola.
No tocante aos pais, cabe aqui ressaltar que, cabe na rotina da OPE, levantar as necessidades dos pais para estudos, palestras e esclarecimentos, auxiliando no processo integração escola – família e comunidade.

Sabe-se que o OPE juntamente com os professores e toda equipe escolar que constroem uma escola de qualidade. No entanto, há que se enaltecer o papel do OPE, definido como coordenador pedagógico. No cotidiano escolar, o coordenador pedagógico desempenha uma função que poderíamos afirmar que hoje é quase insubstituível. A sua importância no universo escolar dá-se pelo fato de ser ele o articulador, o mediador das relações pais/professores/alunos/direção evitando o desgaste que possa vir a acontecer entre esses pólos que fazem parte da escola. Esse trabalho é por si só complexo e essencial, uma vez que busca compreender a realidade escolar e seus desafios, construir alternativas que se mostrem adequadas e satisfatórias para os participantes, propor um mínimo de consciência entre as ações pedagógicas, tornando-as solidárias e não isoladas ou em conflito uma com as outras. (GARRIDO, 2002).

Ao Mestre, com carinho!

Canção

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas
Do azul das ondas entreabertas
E a cor que escorre dos meus dedos
Colore areias desertas.

Cecília Meireles



Lendo estes versos de Cecília Meireles, comecei a pensar, segundo as literaturas convencionais, como deveria ser o perfil do professor ideal, o ofício do disseminador dos saberes? Este ou esta que revela tanto fascínio entre os alunos. Que é tão polemizado e que marca com forte vinco a existência do outro? Às vezes tão cultuado, outras, tão desprezado?
E assim caminha a humanidade! Com frases feitas: Com sem a Educação, o Brasil não anda? E quem sabe faz a hora, não espera acontecer? Ou ainda, pegando carona em Chico: Ouça um bom conselho, que eu lhe dou de graça, inútil dormir que a dor não passa, espere sentado, ou você se cansa, está provado, quem espera nunca alcança.
Mas e o professor? Este ou Esta sim, é forte sempre forte. Não perde a pose, não se deixa abater, não foge à luta! É o rótulo do desbravador, é a bandeira dos que lutam e não desanimam, é a verdadeira força do sertanejo que, segundo Euclides da Cunha, é antes de tudo um forte!
Veja, o mestre é o que inventa cenário, espalha pó de pirlimpimpim, tira de onde não tem, cria personagens, e de uma folha qualquer faz um castelo. Coloca o sonho no navio e sente as mãos molhadas. Este é o verdadeiro crédito que se dá em ser educador.
Parabéns Mestre! Parabéns pela missão, parabéns pelo ofício e a força que brota em teu ser.
Eleni

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Parabéns a você!

Beto,
Para celebrar em grande estilo seu aniversário, vamos começar revelando as coincidências na análise dos números cabalísticos. Há quem acredita e bota a maior fé. Eu prefiro chamar de acaso ou, maiormente, de permissão divina. Veja:
O dia é 28 de julho – o 28 é 2+ 8= 10
O ano de nascimento é 55 = 5 + 5 = 10
Estamos no ano de 2010 – também terminado em 10
Você está completando 55 anos bem vividos= 5 + 5 = 10
Então, vimos que o número 10, neste ano, está ancorando sua vida. Buscando confirmação no oráculo Google, vimos que o número 10, na análise de número cabalístico, pode ser traduzido por ascensão profissional, êxito nos negócios e realizações pessoais. Com fundamento ou não, estaremos sempre desejosos de que as bênçãos de Deus estejam presentes em sua e nossas vidas.
Mas não para por aí, não! No mundo do futebol, este número é concedido ao craque do time ou ídolo do futebol brasileiro. O que melhor representa a equipe. Possui status de craque que alavanca os resultados e sua presença, sabemos que é indispensável.
Na vida escolar, não podemos deixar de mencionar, mas o dez é o aluno máximo. É aquele que atende à expectativa do professor. Dá conta do recado. Compreende o assunto e o aplica em suas atividades diárias. No mesmo contexto, o professor nota 10, também são os que estão no ranking dos melhores. Ele é 10! Ela é professora nota 10! É assim que se usa para dizer que aquele ou aquela são perfeitos.
Considerando a mesma linha de raciocínio, nos faz lembrar Terezinha Carraher, em sua obra denominada de “Na Vida Dez, na Escola Zero”, onde nos mostra crianças muito pobres, exploradas pelo trabalho infantil, que saem muito bem nos trabalhos de rua. Negociam e lucram nas vendas de doces ou outras bugigangas nos faróis das principais avenidas. Esta prática, eu creio que acontece nacionalmente, especialmente, nas grandes cidades.
Mas o dia hoje é de comemoração. É de celebração da vida! Então vamos aproveitar o momento para em primeiro lugar parabenizá-lo pela passagem de seu aniversário. Afinal de contas, atualmente a vida começa depois dos cinqüenta ,e não mais aos quarenta, em respeito à faixa etária da maioria dos leitores, inclusive a que vos fala.
Bem, chega de blá,blá,blá e vamos à homenagem propriamente dita. Segue o acróstico que exprime certamente nosso sentimento.

Parabéns a você, pois
A data é bem conhecida
Renovamos nosso desejo
Agradecido pela vida.
Brincar, sorrir e comemorar
Estas são ações de ordem
Não desista de seus desejos
Seguindo as boas virtudes de um homem!

Belos são os anos vividos
Entre estas cinco décadas e meia
Traga sempre em sua existência
O frescor de vida em suas veias.

Muito Obrigada!

Eleni Gentil Amaral

domingo, 25 de julho de 2010

Uma referência corporativa – Vale à pena divulgar!

Esta semana vi e ouvi algo que me deixou muito feliz. Estas iniciativas, que vou revelar mais adiante e tem a ver com a foto acima, deveriam servir de referencial aos demais dirigentes que não vêem as pessoas como linha de montagem somente. Deve-se permear a valorização do capital humano.

A empresa DCDN, como todos sabem, é exemplo do cuidado e atenção com seus colaboradores. Ate porque os responsáveis que estão à frente dos negócios são sensíveis a estas causas. Que bom! A valorização dos recursos humanos nos faz lembrar o pensamento de Carl Carlzon, em seu livro “A Hora da Verdade”, sugerindo que “as nossas organizações sejam literalmente viradas de cabeça para baixo.

Precisamos aprender a dar as boas-vindas às mudanças em vez de lutar contra elas, assumir corajosamente os riscos em vez de eliminá-los, dar mais força à linha de frente em vez de desmotivá-la e visar ao mercado altamente mutável à nossa volta em vez de nos concentrarmos em manobras internas, burocráticas e complicadas." São premissas para o sucesso – aumentar comprometimento, motivar e atingir desempenho diferenciado.

Não basta somente ter melhores equipes, recrutar, selecionar e avaliar. Estar junto com seus colaboradores, sentir suas necessidades e se despir de posturas profissionais, é uma das ações que deve estar listada em qualquer plano de ação empresarial. Promover oportunidade para reforçar o relacionamento interpessoal.

Dito e feito. Dedicar um sábado inteirinho em prol da equipe de trabalho foi uma ação notável. A campanha promovida pela DCDN foi um verdadeiro glamour. No último sábado, dia 17 de julho, consolidou, certamente, os enlaces da grande equipe executiva – unindo as habilidades individuais à sinergia da equipe. Contratou-se uma empresa – foi lançada a 1ª Campanha com o slogan ”Energizando”. Verdadeiro sucesso com diversas provas de raciocínio lógico e resistências físicas ocorridas em Pindoretama, distância de 45 km da capital Fortaleza.

Qual a expectativa desta integração a curto, médio ou ao longo prazo? Enorme, se houver outras campanhas, outros momentos de interação. Para se obter uma equipe consolidada é preciso investir. O capital humano é intangível e, como tal, deve ser cuidado. Segundo, Elton Mayo, sociólogo australiano, “o trabalho é uma atividade tipicamente grupal, em que cada um reage como membro de uma equipe, e não como indivíduo isolado. Portanto, uma organização, por mais eficiente que seja, é incapaz de elevar a produtividade, se não identifica e atende as necessidades psicológicas de seus colaboradores. Sem isso não há cooperação e resta a opção de conflito”. (Trecho extraído da obra Gente não é Salame, de Marcelo Silva).

Eleni Gentil Amaral

terça-feira, 20 de julho de 2010

Recordar é viver

Desde que me lembro das reminiscências da infância, me vejo no cenário escolar. Aos 05 anos, antes mesmo de pensar em entrar na escola, lá estava eu riscando o chão com cacos de tijolos, desenhando o sol, uma casinha com chaminé, não se esquecendo da janelinha aberta.

Quando chegou o período escolar e, naquela época, os pais eram irredutíveis. Comprometiam-se com os estudos dos filhos. A formação das crianças soava como “meu filho tem que ser gente na vida. Não quero que ele sofra com eu sofri. Quero dar o bom e o melhor a eles”. Minha mãe fazia referência à sua falta de estudo. Era analfabeta. Para prover o nosso sustento foi lavadeira na casa de uma tia – única irmã da minha mãe que sempre esteve em melhores condições socioeconômicas.

A sorte estava lançada. Aos 07 anos entrei na escola. Pátio enorme. Crianças gritando e chorando. Corredores compridos e toque do sinal bem estridente para a entrada das aulas. De longe, via minha mãe se afastando... O grande portão se fechava e o bedel impiedosamente apertava com suas enormes mãos os cadeados com correntes grossas. Aí que dor! Sentia-me tão impotente frente àquela multidão. Não tinha escolha. A sala de aula, a professora, os colegas de classe e o desafio de aprender eram meus algozes.

Blusa e meias brancas, saia pregueada azul-marinho. Impecavelmente bem asseada. O tempo foi passando e a alegria de aprender circundou minha alma estudantil. Comecei a me ver no papel da professora. Lembranças da carinhosa dona Geni, da beleza artística da dona Eugênia e até da professora Maria Batalhone, dona de uma voz rouca e que nos corredores mais parecia um vulcão em erupção.

O fato é que aprendia bem minhas lições pela manhã. À tarde, sabia direitinho como fazer minhas tarefas. Arrumava bem um cenário aconchegante para receber o meu mais querido aluno: meu cachorro Negrinho. Arrastava o enorme cachorro pelas patas e o punha frente a uma folha de papel. Ele cheirava o papel e sabia que eu precisava de sua colaboração. Pacientemente, com o focinho sobre o papel, levantava a cabeça preguiçosamente, e me olhava com ar de que tudo entendia.

Recordar é viver. Hoje me lembro daquela época inocente com carinho. Saio no pátio da escola, que hoje estou como gestora e vejo meu cenário real. Vejo nossas crianças, tão humildes como foi minha infância. Incentivo-os a se motivar pelos estudos com alma. Digo a eles que eles serão vencedores e se tornarão homens e mulheres que gerenciarão o mundo.

Isto é tudo por hoje!

Ah! Um beijo carinhoso ao meu ínfimo reduto de leitores. Obrigada pelo sacrifício!

Eleni Gentil Amaral

terça-feira, 13 de julho de 2010

Não só de pão viverá o homem!

“O Estado do Ceará está localizado na região Nordeste do Brasil. Com um Produto Interno Bruto (PIB) calculado em mais de R$ 50 bilhões de reais, o Ceará também possui a terceira maior economia da Região Nordeste do Brasil. Com fortes atrativos turísticos, contando com mais de dois milhões de visitantes por ano, o setor de serviços é o que compreende a maior parte da riqueza gerada no Ceará: 70,24%. O setor da Indústria gera outros 23,57% da riqueza e a Agropecuária 6,19%”.


Fonte: Ipece e Anuário do Ceará. www.ceara.gov.br/ceara-em-numeros

Bem, números nunca foram meu forte. No entanto, nem preciso conhecer a regras da matemática pura, para entender que oito milhões é a população do Ceará e 20%, deste mesmo número, correspondem às pessoas que escolhem, todo ano, o Ceará, como Estado brasileiro para alavancar seus negócios ou, simplesmente, para se divertirem.

Atrativos é que não faltam. Lindas praias, areias finas e brancas, céu totalmente azul. Cenário imprescindível, para quem procura lazer e diversão. Terra de José de Alencar, digna da figura marcante, Iracema – a virgem dos lábios de mel.

Bem, mas o foco é o Ceará contemporâneo. Melhor ainda é constatar que mais de 70% da riqueza gerada são por serviços prestados. É um alto resultado. Cada vez aumenta nossa responsabilidade de fazer e contribuir para melhoria dos serviços oferecidos. Sejam em quaisquer áreas: alimentação, transporte, informação, multimídia, limpeza, entre outras.

Fortaleza é a quinta capital brasileira com maior população: cerca de 2,51 milhões. Este dado nos torna co-responsável pelo seu desenvolvimento. É preciso melhorar o atendimento em todos os setores. É necessário nos preparar para a recepção de milhões de turistas para o Campeonato Mundial de 2014. Os holofotes do mundo estarão focados em nós. Para garantir estrutura e formação de pessoas leva tempo, muito dinheiro e bom planejamento com planos de ação bem formatados.

Neste último final de semana, em uma destas manhãs prazerosas de domingo, resolvemos degustar um café da manhã com a família sem rumo definido. Em um município, quase bem próximo de Fortaleza, nós apostamos nossas fichas. Pela sua estrutura, deduzimos que estava habituado em receber pessoas para uma refeição matinal. Pasmem. Não tinha pãezinhos. Produto básico para um café da manhã. Tivemos que aguardar mais de vinte minutos, para que o estabelecimento o providenciasse.

Fica a pergunta que não pode ser ignorada, porém necessária: quanto nós estamos preparados para este acontecimento que mexerá com o país todo? Quanto nós estamos estruturados economicamente? E dentre os valores, a ética e a prática da cidadania, estamos com as lições em dia?

É preciso muito mais. As pessoas precisam ser preparadas, independente de calcularem suas cifras. As instituições educacionais e responsáveis por cursos de formação profissionais devem dar suas contribuições. O fato é que devemos nos conscientizar da importância do atendimento. E que as pessoas, que nos visitam de outras regiões ou países, precisam ser bem tratados. Conhecer outras culturas contribui muito, para sermos mais servis.

Resumindo, trata-se de uma época de forças dicotômicas. Muitas coisas estão ascendendo e outras piorando. Precisamos acreditar e nos esforçar em buscar o equilíbrio das nossas ações. Finalizando, podemos concordar com o comentário do ex-presidente da República Tcheca – Vaclav Havel ao congresso americano em meados da década de 90, citado na obra de Peter M. Senge – A Quinta Disciplina (2009).

“Hoje em dia, muitas coisas indicam que estamos passando por um período de transição, quando parece que algo esta desaparecendo e outro está nascendo dolorosamente. É como se alguma coisa estivesse se contorcendo, apodrecendo e se esvaindo, enquanto outra, ainda indistinguível, vai se erguer dos escombros”.

Um grande abraço,

Eleni Gentil Amaral













terça-feira, 6 de julho de 2010

Liberdade e Felicidade

Saltei da cama, hoje bem cedo, com a doce intenção de aproveitar o dia. Segui à risca a expressão latina : Carpe Diem! Estou em férias: sem horário, sem compromisso, sem agenda, sem coração apertado por deixar pessoas esperando, com tempo sobrando, com mil idéias borbulhando dentro de mim!

Com todo este universo de prazer, eu me pergunto: O que vou fazer com esta tal liberdade? Ou melhor, é o pensamento de Clarice Lispector: “Liberdade é pouco, o que eu desejo ainda, não tem nome”. (Perto do Coração Selvagem).

Liberdade, abre as asas sobre nós! É assim que começaremos esta terça-feira pela manhã. Mas uma dúvida me assola. De que liberdade, estou falando? Olhemos ao nosso redor e vejamos o que temos feito por nós e pelo nosso semelhante. Será que temos amado a tudo e a todos, acima de todas as mesquinharias da vida? Temos buscado a simplicidade, a alegria de viver, o fazer ao outro, voluntariamente, sem esperar nada em troca ou conseguir uma alegria já catalogada, planejada, ou ressarcida?

Sabemos que a cada dia nós nos renovamos. Viramos a página da vida com a certeza de construir um dia melhor. Corrigir os planos de voo. Ser menos egoístas. Aprender com as boas ações. Prestar a atenção no olhar e no sorriso das pessoas. Compreender e exercitar a paciência. São elementos imprescindíveis para convivência entre os homens que comungam a paz.

Certo dia, pela manhã na escola, resolvi me posicionar no meio do pátio e observar as crianças com seus gritinhos alegres a brincar. Observei o quanto a hora do recreio era o momento esperado por todos. Com certeza contavam os minutos para aquele tempinho de delírio entre elas. Uns certamente, buscavam brincar. Brincadeiras: de cordas, corre-corre, jogos de botões, atividades já planejadas e dentro do projeto “A Hora do Recreio”. Outros, esperavam salivando pela merendinha do dia. Não importa. Os vinte minutos eram de muita adrenalina!

Senti um abraço bem suave pela cintura. Quebrou todo meu pensamento neste momento. Uma vozinha quase rouca susurrou: “meu pai morreu”. Quase não entendi a frase. Ela repetiu: meu pai morreu, porque eu dormi e não esperei por ele.

Naquele momento, senti a situação conflituosa que aquela criança estava vivendo. O pai não havia partido, porque ela não o havia esperado. Depois de conversar com a garotinha, e visivelmente, observar, parece que ela se convenceu de que a morte vem, independente, da ação outro. Principalmente, porque foi uma fatalidade.

É assim. A vida tem destas coisas místicas! Segundo, Quintana, a felicidade está diante de nós, o que precisamos é estar bem.

DA FELICIDADE
Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!


Um grande abraço,
Eleni Gentil Amaral