domingo, 29 de agosto de 2010

O QUE EU QUERO SER, QUANDO CRESCER!

Em uma destas leituras de artigos de revistas e jornais, deparei-me com uma frase que dizia assim: “AÇÃO SEM VISÃO É PASSATEMPO”, proferida por Joel Arthur Barker, um estudioso independente e futurista do nosso tempo.
Bem, mas o que ocorre é que fiquei com ela na minha cabeça remoendo por muitos dias e então, comecei a refletir. Todos nós temos em nosso dia-a-dia as ações das quais planejamos. Seja em nossa vida pessoal ou profissional, ao curto ou ao longo prazo, seja por meta de vida ou em sonho, mesmo que muito, muito distante da nossa realidade, fugindo até da possibilidade humana.
Não importa. Precisamos criar para nossas vidas um planejamento estratégico, com a finalidade de saber com clareza e objetividade, onde se quer estar daqui a três anos, cinco anos ou dez anos a partir de hoje. Quais serão nossas ações? Este plano deve estar divido em etapas, contendo uma análise situacional – ou seja – clareza ou domínio da sua realidade. Em seguida, definição de prioridades, elaboração de metas, e por último, acompanhamento sistemático das ações, checando avanços e ajustes, para se guiar rumo ao objetivo desejado.
Desta forma, estaremos aliando nossas ações a serviço de nossas visões, fazendo grande diferença, para atingirmos nossos planejamentos de vida. E ainda segundo BARKER, em que afirma “De fato, ter uma visão positiva do futuro, talvez seja o mais poderoso motivador que temos para mudança”.
E ainda nos contempla com uma grande história que penso ser adequada para refletirmos sobre nossas vidas, considerando a essência da frase do sábio escritor britânico: “A vida é muito curta para ser pequena” e que muito tem a ver com os propósitos do “Apanhador de Estrelas”.
Era um homem muito sábio seguia pela beira da praia, quando avistou a certa distância um vulto que lhe pareceu estar dançando. A idéia de alguém dançando na praia lhe pareceu interessante, e ele buscou aproximar-se. Verificou tratar-se de um jovem com uma atitude peculiar. O que lhe parecia um bailado, era na verdade um conjunto de movimentos que o rapaz fazia para se abaixar, pegar estrelas-do-mar e atirá-las de volta ao oceano. O sujeito achou a atitude curiosa e perguntou ao rapaz:
—O que fazes?
— Eu Jogo estrelas de volta ao mar... — foi sua resposta.
—Talvez devesse ter perguntado por que o fazes... — continuou o homem com um ar de deboche.
— É que o sol está a pino e a maré está baixando, se não as atirar elas morrerão ressecadas — retrucou.
—Mas que ingenuidade! Você não vê que há quilômetros e quilômetros de praias e nelas há milhares e milhares de estrelas! Sua atitude não fará diferença.
O jovem abaixou-se, pegou uma estrela e cuidadosamente a atirou de volta ao mar, seguindo o seu peculiar procedimento. Em seguida voltou-se para o homem e disse:
— Para essa aí fez diferença...
O homem ficou muito pensativo sobre o que ocorrera e naquela noite não conseguiu dormir pensando nas palavras do jovem. No dia seguinte levantou-se, vestiu suas roupas, foi até a praia e começou com o jovem a atirar estrelas no oceano.
Portanto, o que queremos para nossa existência? Seremos meros observadores vendo a banda passar, ou agiremos para fazermos a diferença?

Eleni Gentil Amaral

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Direito de Expressão

Hoje eu acordei com vontade de confessar ao mundo minhas infinitas culpas. Sinto-me, sim senhores, responsável por diversas contrariedades que brotam ao meu redor. Eu me sinto vulnerável, pois busco em mim as respostas ou soluções para diversas causas. Não as encontro. Então, o que fazer se não as compartilhar?
Passando pelos faróis da cidade, nos deparamos com tantos seres que nos assustam em um primeiro olhar. Não precisam nem fazer movimentos bruscos, não. Só suas presenças já são assustadoras. Mesmo entregando panfletos de propaganda, portando flanelinhas e garrafinhas de água ou, simplesmente, estendendo as mãos e pedindo moedinhas, nos amedrontam e já marcam presença na galeria dos seres marginalizados da sociedade.
Nosso olhar para eles já se tornam comum. Resigno-me a conferir se os vidros e as portas do carro estão travados. Afinal de contas, penso em minha segurança em primeiro lugar! Diante de tudo que se ouve ou se vê, eu não quero me configurar na literatura policial como mais uma vítima de assalto ou furto (ou será roubo?). Bem, procurando no dicionário Houaiss, é interessante que roubo não se configura furto, mas furto se configura roubo. Dá para entender? Não. Mais eu explico.
Se enquanto você dorme e um desconhecido entra em sua casa e leva seus objetos de valor, isto é considerado furto. No entanto, se no mesmo cenário, um ladino o força a entregar o determinado bem, ou qualquer objetos de valor sob ameaça de uma arma ou uma seringa contaminada, este ato é denominado de roubo. Pareceu mais claro, não é?
Agora, um comentário à parte: as bonequinhas de plantão que vão direito aos “closets” alheios e lhes extraem blusas, sapatos, cintos, colares, especialmente, aqueles que você ainda não usou. Isto é caracterizado, de FRML – Fácil Recurso para melhoria do Look. Pronto, os termos estão esclarecidos!
Bem, mais voltando para os transeuntes de rua, me lembro que certa vez, em uma das avenidas bem conhecidas de Fortaleza, quase chegando próximo a um destes faróis bem movimentados pela manhã, já comecei meu ritual de verificar portas e vidros travados. Quando estava quase próxima ao farol, repentinamente alguém esticou as mãos, de forma brusca e bem próxima ao vidro do carro e me ofereceu o jornal.
Quase estampou todo o jornal no vidro da frente, debruçando seu meio corpinho sobre o capô. Eu senti uma vertigem em conseqüência do medo de assalto e, ao mesmo tempo, eu fiquei muito surpresa. O rapazote que fazia este trabalho no farol era um ex-aluno. Nada demais. Estava trabalhando honestamente, eu compreendi. Mas me lembrei do seu abandono aos estudos, da nossa última conversa que o aconselhava a repensar sobre sua conduta indisciplinar e da sua forte disposição de abandonar os estudos.
Neste caso, me custa a constatar: o tempo foi senhor da razão. Qual será seu projeto de vida? Se o homem é dotado de livre arbítrio, ou seja, tem vontade livre de escolha ou de tomadas de decisão, então lhe cabe ponderar o bem do mal, o certo do errado. E é neste momento que a estrutura familiar faz a diferença.
Ultimamente, temos enfrentado muitas situações de famílias inteiras que estão perdendo espaços no acompanhamento e educação dos filhos. O papel da escola tem ficado meio a deriva, pois buscamos reforçar uma parceria, um enlace com a família e temos encontrado muitos lares solitários, abandonados, por pais que trabalham e deixam seus filhos as soltas, e outros casos mais graves de figuras paternas e maternas que são totalmente amaldiçoados pelos filhos, que desacreditam no relacionamento e no amor.
Bem, mais esta última condição humana revelada, dá pano pra manga. Talvez em outro momento, podemos tratar deste assunto, levantando as reais causas deste abandono e,maiormente, desta instalada desestrutura familiar. Quem sabe, junto com os leitores assíduos, podemos traçar um plano de ação, para melhoria desta medida? E aí, em um futuro muito próximo, podemos, até pensar em um trabalho voluntário e social para aquela comunidade da Grande Jurema. Então, vale à pena sonhar!
Lembrando Raul Seixas em sua composição Prelúdio, finalizamos este momento:
Sonho que se sonha só,
É só um sonho que se sonha só.
Mas sonho que se sonha junto é realidade!

Muito Obrigada!
Eleni Gentil Amaral

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Tributo à Letícia

Querida Letícia,
Existem muitas formas de parabenizar alguém. Existem muitas maneiras de mostrar a pessoa que se ama, quanto é seu amor por ela. Porém, inútil, ficar aqui disputando tamanho ou mensurando intensidade. Amor de mãe é único e verdadeiro.
A cada dia que passa, é certo que vamos ficando cada vez mais órfãos de nossos filhos. Agora o tempo deles já é dividido com tantas outras coisas. Há tantos afazeres. Há tantos compromissos, existem tantas pessoas ao seu redor que a distância entre mim e ti já se torna maior.
Mesmo o tempo nos consumindo, os diálogos tornando-se menos freqüentes. O amor não diminui. O amor que nos une é certo e verdadeiro. Em mim você encontrará dois braços para lhe afagar, dois olhos que te busca incansavelmente entre a multidão, uma atenção voltada para ti sempre.
L embranças de uma linda menina
E m que muita alegria nos deu
T raz o frescor de uma vida ...
I h, não gostei! Pode parar!
C omeçar, eu vou de novo!
I MPOSSÍVEL NÃO TE AMAR
A MO-TE, AMO-TE, AMO-TE MUITO


MAMÃE/ Set/2009

AO MESTRE

Este conjunto de versos foi criado para parabenizar o Professor em outubro de 2009. Fez parte do cartão que acompanhava a singela lembracinha.

A gradecer é admitir,
O teu verdadeiro valor!

M estre, tu és exemplo da tua lição;
E ngrandeces os caminhos da educação;
S abes ser reflexivo e agir com razão;
T eu trabalho faz a diferença.
R ecebas os cumprimentos sinceros
E m nome de toda equipe e da direção.

Um breve recado!

Nestes últimos dias, sem causa aparente eu me fiz uma pergunta: o que é conhecimento? Bem, conhecimento? Conhecimento é tudo o que se sabe. Será?
Para não errar, fui pesquisar e lá encontrei que conhecimento é a capacidade, adquirida por alguém, de interpretar e operar sobre um conjunto de Informações. Essa capacidade é criada a partir das relações que ele estabelece sobre o conjunto de Informações, e desse conjunto com outros conjuntos que já lhe são familiares (incluindo experiências, impressões, valores, crenças, etc.), que lhe permitem compreendê-lo e tirar conclusões sobre ele e a partir dele.
Nossa, acharam convincente, complicado, confuso, complexo?
Não sei, só sei que nada sei.
Mas há outro ponto importante a considerar: para dar tempero ao nosso conhecimento é preciso ter imaginação. Esta imaginação não nasce do nada. Ela explode, borbulha, aflora ou salta do nosso cérebro. É preciso dar vazão, é preciso carimbar seu bilhete, autorizando esta viagem imaginária. No estilo pegar carona nesta asa de cometa, neste balão mágico.
É meus queridos, a imaginação é mais importante que o conhecimento, como nos ensinou Albert Einstein, confirmando a pequena crônica, Os dois velhinhos, de Dalton Trevisan que diz assim:

Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo.

Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um podia olhar lá fora.

Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro, as moscas no fio de luz. Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro:

— Um cachorro ergue a perninha no poste.

Mais tarde:

— Uma menina de vestido branco pulando corda.

Ou ainda:

— Agora é um enterro de luxo.

Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela.

Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo.

Cochilou um instante — era dia. Sentou-se na cama, com dores espichou o pescoço: entre os muros em ruína, ali no beco, um monte de lixo.

(Texto extraído do livro "Mistérios de Curitiba", Editora Record — Rio de Janeiro, 1979, pág. 110.)

Qual a moral da história? Não tem moral. Ela pode ser até imoral!

O papel do coordenador pedagógico na escola

O telefone toca. Atende-se. Já tem alguém na porta da sala do Setor de Orientação, abanando a mão aflita, pois precisa falar. É urgente! A OPE sentada na ponta da cadeira, pronta para levantar, mas não consegue encerrar a conversa por telefone. São muitos questionamentos do pai no outro lado da linha, que reclama dos óculos quebrados na sala de aula e que é um objeto caro, e precisa saber quem vai pagar o prejuízo. O professor sentado diante da mesa, meio que sem ação, afinal a OPE estava dando-lhe um feedback da aula observada. De repente, entra a professora de Português, com o aluno indisciplinado, fala asperamente com ela, e irritada com o comportamento do aluno que pela décima vez não traz o livro, e não faz as atividades da sala, pedindo providências da OPE, sugerindo, diante mão, que chamasse os pais do aluno e que fosse suspenso das aulas por três dias.

Atribuições: intencionalidade planejada

Situação inusitada? Não. Lembro-me da canção de Raul Seixas: “Pare o mundo que eu quero descer”. Esta é a rotina fiel do trabalho deste profissional que busca equilíbrio em suas ações diárias. As tarefas são muitas. Organizar uma sequência de atividades, priorizar situações, definir ações, lidar com limites. O trabalho da OPE deve ser pautado na intencionalidade planejada e passivo de alguns imprevistos. Não se pretende, aqui, listar as inúmeras atribuições deste profissional, pois se pretende utilizar a oportunidade para refletir os avanços e aspectos que podem ser melhorados na função.

Uma das atribuições mais importante e, ao mesmo tempo, crucial no trabalho da OPE pertence ao aspecto da gestão curricular. Gerar relação recíproca entre professores e cooperações interdisciplinares e promover possibilidades do corpo docente construir, de forma autônoma, outras propostas que vão além do currículo definido.
Entende-se por reciprocidade e cooperação o trabalho interdisciplinar. É mister garantir entre os componentes curriculares um trabalho que resulte na formação do aluno como um todo. Não somente garantir que o aluno seja formado em Matemática ou, que seja um bom historiador. Aqui valeria com profundidade um estudo sobre a Teoria das Inteligências Múltiplas, em que Howard Gardner mostrou que todos os seres humanos possuem diferentes tipos de mente e que pais e professores podem tornar possível uma educação personalizada, destacando que na imensa diversidade que existe em cada um, deve se solidificar-se a certeza de que nenhum ser humano é perfeito em tudo, mas todos, absolutamente todos, possuem potencial de grandezas diversas, forças pessoais que devidamente reconhecidas coloca uma nova linha educacional a serviço integral do desenvolvimento humano e da extrema grandeza de singularidade de sua mente.

A base do trabalho do professor é o referencial curricular para planejamento de suas aulas. Este aspecto reflete o acompanhamento do processo ensino-aprendizagem. Observar a compreensão do professor, diante da proposta curricular da escola. Esta ação, bem estruturada, resulta no bom rendimento dos alunos no avanço do processo da aprendizagem.

Mediador da escola – atua para administrar diversos pontos de vista

O papel da OPE tem dupla atribuição. Possui duas frentes de atuação no cargo: pedagógico e educacional. O pedagógico garante o cumprimento do planejamento das aulas baseado na proposta curricular, suporte formativo dos professores, avaliações, projetos, feiras e mostras culturais, estudos do meio, planejamentos coletivos e individuais, recuperação paralela e coletiva entre outros. Já o educacional faz a ponte entre o professor, aluno e pais. Esta mediação deve ser feita e construída com base na confiabilidade, no respeito e na intenção de formar uma sólida parceria entre família e escola.
No tocante aos pais, cabe aqui ressaltar que, cabe na rotina da OPE, levantar as necessidades dos pais para estudos, palestras e esclarecimentos, auxiliando no processo integração escola – família e comunidade.

Sabe-se que o OPE juntamente com os professores e toda equipe escolar que constroem uma escola de qualidade. No entanto, há que se enaltecer o papel do OPE, definido como coordenador pedagógico. No cotidiano escolar, o coordenador pedagógico desempenha uma função que poderíamos afirmar que hoje é quase insubstituível. A sua importância no universo escolar dá-se pelo fato de ser ele o articulador, o mediador das relações pais/professores/alunos/direção evitando o desgaste que possa vir a acontecer entre esses pólos que fazem parte da escola. Esse trabalho é por si só complexo e essencial, uma vez que busca compreender a realidade escolar e seus desafios, construir alternativas que se mostrem adequadas e satisfatórias para os participantes, propor um mínimo de consciência entre as ações pedagógicas, tornando-as solidárias e não isoladas ou em conflito uma com as outras. (GARRIDO, 2002).

Ao Mestre, com carinho!

Canção

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas
Do azul das ondas entreabertas
E a cor que escorre dos meus dedos
Colore areias desertas.

Cecília Meireles



Lendo estes versos de Cecília Meireles, comecei a pensar, segundo as literaturas convencionais, como deveria ser o perfil do professor ideal, o ofício do disseminador dos saberes? Este ou esta que revela tanto fascínio entre os alunos. Que é tão polemizado e que marca com forte vinco a existência do outro? Às vezes tão cultuado, outras, tão desprezado?
E assim caminha a humanidade! Com frases feitas: Com sem a Educação, o Brasil não anda? E quem sabe faz a hora, não espera acontecer? Ou ainda, pegando carona em Chico: Ouça um bom conselho, que eu lhe dou de graça, inútil dormir que a dor não passa, espere sentado, ou você se cansa, está provado, quem espera nunca alcança.
Mas e o professor? Este ou Esta sim, é forte sempre forte. Não perde a pose, não se deixa abater, não foge à luta! É o rótulo do desbravador, é a bandeira dos que lutam e não desanimam, é a verdadeira força do sertanejo que, segundo Euclides da Cunha, é antes de tudo um forte!
Veja, o mestre é o que inventa cenário, espalha pó de pirlimpimpim, tira de onde não tem, cria personagens, e de uma folha qualquer faz um castelo. Coloca o sonho no navio e sente as mãos molhadas. Este é o verdadeiro crédito que se dá em ser educador.
Parabéns Mestre! Parabéns pela missão, parabéns pelo ofício e a força que brota em teu ser.
Eleni