quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ao Mestre, com carinho!

Canção

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas
Do azul das ondas entreabertas
E a cor que escorre dos meus dedos
Colore areias desertas.

Cecília Meireles



Lendo estes versos de Cecília Meireles, comecei a pensar, segundo as literaturas convencionais, como deveria ser o perfil do professor ideal, o ofício do disseminador dos saberes? Este ou esta que revela tanto fascínio entre os alunos. Que é tão polemizado e que marca com forte vinco a existência do outro? Às vezes tão cultuado, outras, tão desprezado?
E assim caminha a humanidade! Com frases feitas: Com sem a Educação, o Brasil não anda? E quem sabe faz a hora, não espera acontecer? Ou ainda, pegando carona em Chico: Ouça um bom conselho, que eu lhe dou de graça, inútil dormir que a dor não passa, espere sentado, ou você se cansa, está provado, quem espera nunca alcança.
Mas e o professor? Este ou Esta sim, é forte sempre forte. Não perde a pose, não se deixa abater, não foge à luta! É o rótulo do desbravador, é a bandeira dos que lutam e não desanimam, é a verdadeira força do sertanejo que, segundo Euclides da Cunha, é antes de tudo um forte!
Veja, o mestre é o que inventa cenário, espalha pó de pirlimpimpim, tira de onde não tem, cria personagens, e de uma folha qualquer faz um castelo. Coloca o sonho no navio e sente as mãos molhadas. Este é o verdadeiro crédito que se dá em ser educador.
Parabéns Mestre! Parabéns pela missão, parabéns pelo ofício e a força que brota em teu ser.
Eleni

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